segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

O importante é humilhar - Parte 3

Depois daquele encontro, eu olhava para o telefone do Dr. Ricardo tantas vezes que já sabia de cor. Mesmo assim, toda vez que lia, um frio atravessava os músculos da minha barriga. Tudo o que eu queria estava ali, e me faltava somente coragem para ligar. Além disso, a imagem daquela chipanzé hiper-musculosa não saía da minha cabeça. Se ele foi capaz de fazer aquilo com uma macaquinha, o que faria comigo? 

Peguei minhas coisas e fui treinar, com aquilo na cabeça. Chegando à academia, me encontrei com a Dani. Tomei um susto. Fazia muito tempo que não via ela. Ela tava enorme! Será que tinha tomado bomba? Não era possível. A moça tinha triplicado de tamanho. Se alguém poderia me bater no campeonato que estava chegando, era ela. 

A Dani era uma morena muito bonita. Tinha o cabelo bem escuro e a pele tom de oliva. Seus olhos castanhos chamavam tanta atenção quanto o corpo esculpido com muito peso. Ela também estava bastante provocadora. Dani usava apenas um maiô, coladíssimo, e tênis. A visão daquela morena malhando era excitante até para uma mulher. Quando ela estava sentada treinando costas, não era só os dorsais extremamente definidos que chamavam atenção. Os glúteos, duas bolas enormes e muito duras, bem maiores que os meus, formavam o bumbum mais maravilhoso que eu já tinha visto. Quando ela fazia extensora ou leg-press, os músculos da coxa tremiam e saltavam a cada movimento de extensão. Na hora de treinar a panturrilha, só de sacanagem, ela tirava até os tênis e as meias para mostrar um par de músculos gêmeos e redondos, os tornozelos fininhos e os pezinhos lindos. Mas o susto veio na hora do treino de bíceps: ela levantava 75kg! Os braços desciam e, quando subiam, uma montanha de músculos surgia com uma veia enorme sobre ela. Dava para sentir o sangue pulsando naqueles braços. O suor sobre a pele ressaltava e fazia as formas brilharem. Senti um misto de tesão e medo. 

Corri para a frente do espelho e fiz um flex. o bíceps estava lá, cortado, grande. Mas estava claro que o da Dani era maior. Bateu o desespero. 

Peguei o telefone do Dr. Ricardo e disquei. - Alô? - uma voz respondeu do outro lado. - Dr. Ricardo? É a Michelle. Eu topo os testes. Eu topo. - a voz saiu, ofegante, ansiosa. Marcamos para o dia seguinte, de manhã. Ele me pediu que fosse com roupas de ginástica. 

Ao entrar no laboratório, pude ver de perto todos aqueles bichos das fotografias. A visão era mesmo impressionante. Quando vi a chipanzé, então, deu um frio na barriga, de apreensão. Mesmo numa jaula de titânio, ela ela tentava dobrar as barras que a prendiam de tempos em tempos. O titânio não entortava, mas gemia. Era inimaginável a força daquele animal. - Não tenha medo da Konga. Ela parece nervosa, mas é dócil. - disse o pesquisador. Uma dúvida veio: - Como os órgãos internos aguentam trabalhar o suficiente para alimentar todos aqueles músculos? Ele me explicou novamente sobre a miostatina e o tratamento. Disse que, normalmente, o coração e os outros órgãos não suportariam um corpo com tantos músculos, produzido pelo tratamento. Mas as novas técnicas desenvolvidas por ele permitiam que os órgãos internos ganhassem força na mesma proporção do restante do corpo. 

Eu estava muito nervosa. E se desse errado? O que podia acontecer? Mas a lembrança da Dani malhando, de todos aqueles músculos, não me deixava voltar atrás. Eu precisaria disso para vencer. O Dr. Ricardo fez uma série de testes e, no fim do dia, disse: - É surpreendente você ter todos esses músculos. Pela altíssima quantidade de miostatina no seu corpo, você deveria ter uma grande dificuldade para fazer eles crescerem. O restante da sua genética deve ser ótima. Mal posso esperar pelos resultados do tratamento! Não consegui segurar um sorrisinho de canto de boca, confiante. 

O tratamento começou naquele dia, mesmo. Eram 3 aplicações por dia, seguidas de alguns testes. A musculação só começaria no dia seguinte, segundo o cronograma feito pelo Dr. Ricardo. No segundo dia do tratamento, eu estava correndo na esteira. Quando parei, percebi algo incrível: os músculos das minhas pernas pareciam levemente maiores e mais definidos. Passei as mãos sobre eles e percebi que isso era verdade. Eu estava em off e eles tinham ficado mais definidos só de correr. Um exercício aeróbico! 

Você não imagina como eu dormi excitada, pensando no treinamento. Depois vieram 4 meses de intenso treinamento, dentro do próprio laboratório, numa academia instalada pela universidade. Tudo o que eu ouvia era o barulho de um peso batendo no outro. "Clang! Clang!" Todos os dias da semana, 5 horas por dia. "Clang! Clang!" Cada vez mais peso. "Clang! Clang!" Cada vez mais força. "Clang! Clang!" Cada vez mais músculos. "Clang! Clang!" Os resultados da diminuição dos níveis de miostatina no meu corpo apareciam com uma rapidez incrível. Após um certo tempo, foi preciso adaptar os aparelhos, que agora comportavam um peso jamais levantado, mesmo por um homem. Meu treino de bíceps já tinha passado os 75kg da Dani há muito tempo. Dos 75 para 80, 90, 100, até chegar em 105 kg no treino de bíceps! E minhas coxas eram uma sensação à parte. Eu já estava levantando 1.500 kg no leg-press. 1.500 quilos! Os maiores fisiculturistas, homens, mal passam dos 1.000. Cada vez que eu subia e descia pesos, uma sensação descomunal de força tomava conta de mim. 

Quando os 4 meses chegaram ao fim, veio o teste antes da competição. O Dr. Ricardo preparou a fita métrica, enquanto eu colocava o biquíni. Entrei na sala, de roupão. O Dr. Ricardo disse: - Pronta? - Sim. - Vamos lá, então. Quando tirei o roupão, o Dr. Ricardo quase caiu para trás. Ele acompanhou todo o processo, passo a passo, mas o resultado final era impressionante demais até para ele. Minha silhueta, antes apenas forte, estava gigantesca e blindada. Com o corpo totalmente relaxado, podia-se ver os músculos definidíssimos. A pele, de um branco rosado, cobria um corpo que desafiava qualquer limite da razão. Os pezinhos delicados sustentavam 1,65m e 120kg! Eu tinha ganho 45kg de puro músculo! - Gulp! 

Tire as sandálias, por favor. - o Dr. Ricardo pediu. Resolvi provocar: - Ah, doutor... minhas panturrilhas ficam tão bonitas com este salto. Me virei de costas e mostrei um par de músculos desenhados à mão, grandes e muito firmes. O corte no meio de cada uma delas dividia aqueles músculos que, apesar de grandes, eram quase quadrados de tão definidos. - Michelle, isso é um trabalho sério. Vamos. Desci do salto, literalmente, e ele começou a medir. Primeiro, o peitoral. A fita especial do Dr. Ricardo marcou 1 metro e 20, relaxado. - Pode flexionar? Bum! A fita, de um metro e meio, foi levada ao limite. Ainda faltaram uns 5 centímetros para cobrir toda a extensão. 1,40 de peito. Mas os números são incapazes de descrever o melhor. Uma fenda de músculos, com uns 15 cm de profundidade, surgia entre os seios como uma formação rochosa. - Olha só isso, Dr. Ricardo. Peguei uma noz que tinha levado, coloquei entre eles e pressionei com os próprios músculos do peitoral. Creck! - Hihihihi... divertido, não? O doutor, sério, fazia anotações. A fita não conseguiria medir a circunferência dos ombros, estimados pelo doutor em 1.75 metros. Fiz o famoso "crab shot" e o pesquisador deixou a prancheta cair: o corte no peitoral ficou ainda mais fundo. As fibras musculares podiam ser vistas como se fossem vários fios enfileirados e o trapézio era surreal. Parecia que dois enormes bíceps saltavam, um de cada lado do meu pescoço. - Oh, doutor, pra onde foi o meu pescoço? - eu disse antes de soltar uma risada. Dessa vez, o doutor riu. Medir a cintura foi moleza: 90 centímetros de pura definição. O abdome, quando flexionado, saltava e tremia. - Seis gomos perfeitos. - disse o Dr. Ricardo. - Seis? Flexionei um pouca mais e "pop!" saltaram mais dois gominhos duros da minha barriga: - Com mais dois, oito. Hora de medir os quadris. O flex de glúteos mostrou duas bolas maiores que as de basquete, duras. Nada seria capaz de mover aqueles músculos. Para mostrar isso, dei um tapa com toda a força no meu bumbum. Nem sinal de movimento. É claro que aquilo tudo me dava um tesão doido, e fiquei meio sem graça quando o professor notou um pouco do meu suco escorrendo ao lado do biquíni, quando ele se abaixou para medir os quadris. Aliás, morre de inveja, Mulher Melancia: 1 metro e 30, só que sem aquela sua flacidez toda. Quando chegou a vez das coxas, novo show. Primeiro, porque era difícil separar as pernas para colocar a fita. Depois, porque eu dei uma balançadinha nos músculos e BOOOOM! 80 centímetros de definição pura. Cada sulco, cada montinho estava lá. E a gota da frente estava perfeita. A parte de trás da coxa também estava incrível, com um muque gigante. As panturrilhas eram meus músculos preferidos. Isso porque elas, flexionadas, tinham 45 cm cada! E iam afunilando até terminar em delicados tornozelos de apenas 15 cm, e daí para os pequenos pezinhos. Era um verdadeiro desafio às leis da natureza. Somente a força de meus novos músculos seria capaz de sustentar tamanho peso com tão pouco. Quanta força eles tinham? Digamos apenas que, flexionando os dedos dos pés, onde praticamente não existem músculos nas pessoas normais, saltava um pequenino bíceps. Então, veio a cereja no bolo: os bíceps. Relaxados, eles tinham 55 cm. Aos poucos, comecei a flexioná-los: 65, 70, 72, 75 centímetros! Era um himalaia em cada braço. O pico não deixava o formato 100% redondo, mas meio oval. Tive que me segurar para não dar um beijo neles. 

Aquele campeonato tava no papo. Se segura, Dani. Eu tô chegando.